CÁPSULA FRACTAL

Roderick Schmah

No início dos tempos, quando fazia minhas primeiras aparições aos mortais, a maioria deles morria antes que eu pudesse falar a primeira palavra sobre a verdade.
Agora, tomados pela indolência nem sequer se dão ao trabalho de redirecionar os olhos amiudados de só fazer olhar as telas de LCD.
A verdade já está dada, é fenômeno consueto. É como se te dissessem: – muito bem, você tem 10 segundos para me convencer.

Nessa cápsula fractal em que vivemos, as novas ideias já nascem velhas, já surgem antiquadas, de imediato consideradas ultrapassadas.

Um convite direcionada a exploração da ideia de que estamos vivendo em cápsulas autocontidas, limitadas em sua perspectiva e compreensão do mundo ao nosso redor.

Esse conceito é derivado do princípio matemático dos fractais, que são padrões autossimilares que se repetem em diferentes escalas. No contexto da sociedade, isso significa que vivemos
em unidades cada vez menores e autocontidas, desconectadas do
mundo maior ao nosso redor.

A sociedade é fractal em sua natureza, com unidades menores se replicando em escalas maiores. Essa natureza fractal pode ser observada na forma como nos organizamos em grupos menores e
mais especializados, como subculturas, comunidades e redes sociais online. Esses grupos menores são autocontidos e isolados da sociedade maior, criando uma barreira para a comunicação e troca de ideias.

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